quinta-feira, 7 de julho de 2011

O guarda chuva de defesa aérea movel da Russia

NOVATOR BUK- M1/ M1-2

DESCRIÇÃOMuitos que gostam de ler sobre história das guerras e sobre táticas empregadas, já devem ter encontrado matérias sobre o “estrago” que as defesas antiaéreas da Síria fizeram na força aérea israelense naquele conflito. E os israelenses só foram bem sucedidos, devido ao muito forte esquema de reposição de equipamentos perdidos, feito com a ajuda dos Estados Unidos. A maior estrela desta batalha foi um sistema móvel de mísseis antiaéreos, conhecidos como SA-6 “Gainful”.

Acima: Um lançador de misseis SA-6 "Gainful", durante um desfile militar. Notem a semelhança com o BUK. Certamente este sistema influenciou o projetista da Novator.
Naquele conflito, foi muito difícil tomar medidas para evitar a derrubada dos caças de Israel por esses excelentes mísseis. Ainda hoje algumas nações ainda o usam e mais recentemente um F-16C americano foi abatido por um míssil desses na guerra dos Balcans. Porém, o tempo passou e os sistemas de guerra eletrônica foram muito melhorados, tornando possível a diminuição de eficácia deste sistema de armas. A empresa Novator foi chamada a desenvolver um sucessor do SA-6, e o resultado foi o sistema BUK que entrou em serviço em 1980 com míssil KUB-5, derivado do SA-6. Em 1983 entrou em operação a versão BUK-M1, que foi um míssil totalmente novo. O míssil usado pelo BUK-M1 é o 9M38M que possui um alcance máximo de 32 Km, se enquadrando na categoria de míssil de médio alcance. Um sistema BUK é formado por de uma estação de radar 9S18M1("Snow Drift" para a OTAN), 6 veículos de lançamento (9A310M1) com 4 mísseis (9M38M) cada, de 2 a 4 veículos de recarga (9A39M1) sendo que cada um transporta 4 mísseis lançáveis e mais 4 de recarga e 1 veículo de comando e controle (9S470M1).

Acima: Aqui um veículo lançador do sistema Buk-M1, se prepara para lançar seus mísseis 9M38M. Estes misseis estão sendo substituidos por um novo missil com maior alcance 9M317.
Os mísseis do BUK M-1são guiados por radar semi-ativo e possuem um sistema de data link para atualizações, e um radar ativo, que é usado na fase terminal do vôo. A detonação da ogiva se dá por aproximação, permitindo uma grande capacidade de acerto logo no primeiro lançamento. Mais recentemente, uma atualização disponibilizou um novo míssil para esse sistema. Um míssil 9M317 com maior alcance, cerca de 45 km, e equipado um sistema de guiagem mais resistente a contramedidas eletrônicas foi adotado. O sistema BUK equipado com estes novos mísseis, e sistemas de guiagem receberam a denominação de BUK-M1-2, e entrou em serviço em 1997, e representa a mais atual versão deste ótimo equipamento de defesa antiaérea móvel.
Acima, a direita: A estação de radar 9S18M1 (snow drift) que acompanha o sistema Buk-M, e a esquerda temos o veículo de comando 9S470M1. Mesmo sem esses elementos, um veículo lançador tem independência para lançar e guiar sózinho seus misseis.A mobilidade do lançador, que é instalado em um veículo lançador modelo 9A310M1, confere uma grande flexibilidade tática que o comandante do campo de batalha pode usar para posicionar e mudar o posicionamento de suas baterias antiaéreas a hora que melhor lhe convier. O sistema BUK-M1 tem como missão principal, a proteção de alvos estratégicos como fabricas, usinas elétricas, e refinarias. Recentemente o Irã adquiriu este missil para defender suas usinas nucleares de um ataque americano e israelense, que parece estar tomando forma no “horizonte”, na medida que os EUA e Israel, começam a implicar com o programa nuclear iraniano. (Até parece que o Irã pretende construir armas atômicas para jogar em uma ou duas cidades para ver o estrago, como um certo país fez nos anos 40).
Acima: O veículo carregador do sistema Buk-M1. Notem o braço mecanico que move os misseis até as plataformas de lançamento.
O radar 9S18M1 executa busca a um alcance de pouco mais de 100 km, mesmo sob forte ação de contramedidas eletrônicas. Este radar é capaz de acompanhar 75 alvos simultaneamente, e através de seu sistema IFF (identificação amigo/ inimigo), classificar os alvos, mesmo sob forte interferência de contra medidas eletrônicas. É interessante notar, que na ausência deste radar, o próprio veículo lançador possui um radar independente que pode ser usado para identificar e guiar os mísseis. Esse radar de controle de fogo é um “fire dome”, cujo alcance máximo, é de 85 km, que atua ainda, com um apoio de um sistema óptico. Este sistema permite atacar 12 alvos simultaneamente, embora cada lançador tenha apenas 4 mísseis.
Existe uma variante naval do BUK-M1, que usa o míssil, SA-N-7 “Gadfly” e o SA-N-12 Grizzly, que foram instalados nos destróieres da classe Sovremmenny, e são operados pela Rússia e pela China. Outros navios estão sendo armados com este sistema, também como o Indiano Krivak-5, já em serviço.
Acima: A variante naval do sistema Buk-M1, o missil SA-N-7 "Gadfly". Este sistema é usado para a defesa aérea de navios como os da classe Sovremmenny, em uso na China e na Russia.
O sistema foi vendido para a Finlândia, Ucrânia, Cazaquistão, Síria, China, Índia e Vietnã. O Irã está adquirindo este sistema agora, embora tenha havido manifestações contra por parte do Estado Judeu e Estados Unidos. Seria muito interessante ver o que aconteceria se um dos paises atacados pelos Estados Unidos, tivesse esse sistema. Provavelmente, muitos desenvolvimentos de equipamentos stealth seriam acelerados, conforme aumentasse o numero de derrubadas de caças convencionais por este eficaz sistema antiaéreo.
Acima: O lançamento de um missil SA-11 do sistema Buk-M1. Este sistema não tem um concrrente eficaz, ainda no ocidente.
FICHA TECNICA
Velocidade: (9M38M) 3060 km/h (9M317) 4320 Km/h.
Alcance: (9M38M) 32Km, (9M317) 45Km
Altitude: 9M38M 22000 m, (9M317) 25000 m
Comprimento: (9M38M) 5,5 m, (9M317) 5,53 m
Peso: (9M38M) 690 Kg (9M317) 720 kg.
Lançadores: veículo de lançamento 9A310M1, Navio Classe Sovremmenny, e classe Krivak-5.
Guiagem: radar semi-ativo e possuem um sistema de data link para atualizações, e um radar ativo, que é usado na fase terminal do vôo.
Acima: Nesta foto, o radar "Fire dome" está bem evidente. Graças a ele, o lançador pode operar independentemente e escoltar uma coluna de tanques, sem problemas.

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